Christie Ferreira oferece esta dica essencial para aprofundarmos nas nossas relações.
Reflita profundamente:
Leia o texto, para que possa refletir, se flagar e de fato começar a se posicionar de forma ADULTA SAUDÁVEL nas situações da vida. Esta é a única forma que realmente de nos sentirmos verdadeiramente SEGUROS e transmitimos SEGURANÇA REAL aos outros, pois assim iremos construir confiança inteliGente, proximidade e parceria, com todos os relacionamentos que ESCOLHERMOS TER na vida.
Não há vítima sem salvador e sem perseguidor, é um “triângulo dramático e
inconsciente” e um movimento altamente tóxico nas relações.
“Você é a vítima, o perseguidor ou o salvador”?
Já conhece o triângulo da culpa, conhecido também como triângulo da trapaça ou triângulo do drama? É um círculo no qual caímos com muita facilidade, em nossas mais importantes relações. E assim atuamos em três papéis que se oscilam: vítima, perseguidor e salvador (ou super protetor).
A vítima é inocente e reclama da vida. Não aceita a responsabilidade dos fatos e sempre cria uma desculpa para justificar a sua inação, passividade, ou para se isentar dos fatos. Sabe aquelas pessoas que sempre têm algo de ruim para contar? Parece que são azaradas, sempre sofrendo com as injustiçadas do mundo. Todos estão contra elas, sabotando a sua vida a todo momento. Quando a vítima está em apuros, aparece um salvador para atender ao seu chamado. Como uma mãe que acolhe uma criança indefesa, o salvador é aquele que aparece para “resolver” os problemas da vítima.
Sempre com as melhores intenções do mundo, busca ajudar a vítima que precisa de apoio, afinal o mundo é cruel, não é mesmo? Então ele age, dando o melhor de si, doando um pouco da sua energia em prol do mais necessitado.
Acontece que nem sempre é esse tipo de ajuda de que a vítima precisa. Então o salvador, não correspondido pela vítima, começa a persegui-la, inconformado com a falta de gratidão por tudo o que fez com seu bondoso coração.
É muito comum também a vítima se tornar perseguidora para culpar e atrair algum salvador de plantão. E esse movimento se repete, todo dia, gerando culpa, raiva, frustração e ressentimentos para todos os envolvidos.
Como o triângulo da culpa se estabelece?
Se é tão ruim e tão danoso fazer parte desse círculo vicioso, por que então o estabelecemos com tanta facilidade em nossos relacionamentos?
Esses papéis trazem alguns benefícios para nosso ego.
O papel do salvador ou “protetor”
O salvador precisa se sentir superior e estar no controle da situação, por isso procura uma vítima necessitada para “ajudar”.
O salvador não costuma oferecer o tipo de ajuda que resolve o problema. Sempre traz alguma solução que acaba prendendo a vítima, gerando uma dependência.
Ele se diz necessário e precisa disso para se sentir útil. O salvador acha que, por ter cuidado tanto de alguém, merece ter o mesmo cuidado. Daí ouvimos coisas do tipo “Ah mas eu faço tanto e nunca sou reconhecido”, ou “Então é assim que sou tratado depois de tudo que eu fiz por você?”. Percebe que ele assume o papel de vítima?
O implacável e temeroso perseguidor
Já o perseguidor precisa sentir o alívio, pelo menos ilusório, de que não é o culpado. Por isso ele persegue os outros, culpando a todos pelos acontecimentos. A sua arma de manipulação é o medo.
É a figura que aponta os defeitos, que culpa os outros, que utiliza as pessoas para justificar a sua raiva. Em um ambiente cheio de vítimas, o perseguidor faz a festa, pois os outros aceitam as acusações. Extremamente perigoso quando na figura de um líder ou gerente, pai, mãe, figuras de autoridade, situação em que os subordinados podem se sentir confusos sobre aceitar ou não as acusações, disfarçadas de críticas.
A vítima inocente, isenta de culpa
A vítima utiliza a chantagem emocional. Acredita que seus problemas não têm solução e seduz as outras pessoas a se tornarem as suas protetoras. São as pessoas que se sabotam constantemente, e parecem que nunca conseguem atingir os seus objetivos.
A vítima nutre-se da culpa e suas ações perdem o sentido quando não tem ninguém para ouvir as suas lamentações.
Sabe quando tem uma criança gritando e chorando no mercado, pedindo para a mãe para comprar o chocolate? Quando a mãe cai na armadilha, a choradeira continua até o chocolate entrar na cesta de compras. Quando a mãe vira as costas e ignora, a criança fica sem plateia. E então o show acaba.
Saia desse círculo vicioso!
Reconhecer o triângulo da culpa é o primeiro passo para não entrar nele. Se você percebeu que está em algum desses papéis nas suas relações, recomendo a leitura do livro Codependência nunca mais, escrito por Melody Beattie e publicado no Brasil pela Editora Nova Era.
Esses comportamentos patológicos são extrapolações de nossos desejos por proteção, cuidado, afetividade e defesa.
O problema é que todas essas atitudes levam à vitimização, em que todos os envolvidos se isentam da culpa e não agem como protagonistas das suas vidas e não se posicionam com autorresponsabilização. Aprender a reconhecer esse tipo de situação nas relações e a chave para construir relacionamentos mais sólidos, saudáveis, autênticos, verdadeiros e
plenos.”
Texto da Adriana Ferrareto, com adaptações complementares, para facilitar a aplicação no dia a dia e expandir a consciência individual, relacional e sistêmica.
“Tudo pode ser tirado de uma pessoa, exceto uma coisa: a liberdade de
escolher sua atitude em qualquer circunstância da vida.”
Viktor Frankl